sábado, 22 de agosto de 2020

Maria: Rainha do céus e da terra

 Hoje, 22 de agosto, celebramos a memória de Maria, Rainha. Celebração instituída pelo Papa Pio XII, em continuação com a Festa da Assunção de Nossa Senhora.

Maria é celebrada como Rainha, pelos cristãos católicos, por eu Filho é o Rei do Universo.Ele é o Senhor de nossas vidas. O Mestre de nosso amadurecer e crescer me direção ao Pai.

Celebrar a realeza de Maria é celebrar a nossa inserção no Reino de Deus. Somos, pelo batismo, um povo real, um povo de reis e rainhas, que reinam com a Trindade Santa, participando, pela prática do Evangelho e sob a guia do Espírito, da vontade salvadora do Pai.

Esta memória litúrgica nos coloca no horizonte das promessas de Jesus Cristo: estareis comigo onde eu estou! Em Maria, elas já se realizaram, como garantia de que se realizarão em nós.

Participamos do Reino de Deus! Com Ele reinaremos!

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Vergonha de pedir

Tenho me deparado com pessoas sentido necessidade de pedir: pedir ajuda, pedir dinheiro emprestado, pedir alimento, pedir... Essas mesmas pessoas também dizem no ato que se sentem envergonhadas de estarem fazendo o pedido. Por que sentir-se envergonhado de pedir algo que se tem necessidade?
Penso que são muitas as nuances desse envergonhar-se.
Somos constantemente instruídos a sermos autossuficientes, independentes, donos da própria vida e do próprio destino. 
De fato, desde o início da modernidade, o ser humano é sempre mais visto como uma "monada", uma realidade completa em si e dissociável do conjunto. Esqueceu-se a coletividade. Mais, despreza-se a coletividade.
De outro ângulo, pedir é sinal de fraqueza, de fragilidade. Somos educados para ser "super", para ser o melhor. Nisso não cabe fraqueza nem fragilidade. Devemos ser fortes o tempo todo e em todas as situações.
Porém, quando realmente olhamos para a história da humanidade, mergulhada e em sintonia com a história de toda a natureza, nos damos conta de que o ser humano é a criatura mais frágil nos diversos biomas deste planeta. Sua força somente aparece na ação destrutiva. O ser humano necessita adaptar-se porque não nasce da adaptação. Migrante por excelência, não é simples fruto da evolução de ecossistemas locais. Mas, essa migração e essa adaptação sempre ocorreram em grupo, em comunidade, em sociedade; também em nossos dias (a interculturalidade, a pluriculturalidade, os novos estilos de vida... também a disseminação de pandemias - tudo nos indica a coletividade da qual dependemos e não queremos abrir mão, mesmo quando o isolamento é a salvação momentânea).
A coletividade faz parte da identidade humana. Uma coletividade que respeita o indivíduo, mas não o deixa só, nem é pura justaposição de indivíduos.
Em âmbito teológico, a coletividade é ser imagem e semelhança de Deus Trino e Uno, grupo de pessoas em comunhão profundíssima.
Daqui surge, ao menos para mim, a resposta para o fim da vergonha. Somos grupo em comunhão. Na comunhão não há super heróis, mas pessoas que partilham, reconhecendo a necessidade umas das outras.
São Francisco de Assis chega a dizer que Jesus e sua Mãe viveram de esmolas, e não se envergonhavam de as pedir.